Imagens da Igreja

Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também.
(São João 13, 15)

A paróquia de Carcavelos associou-se à celebração do Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja, a 18 de Outubro (dia de S. Lucas, padroeiro dos artistas), publicando uma coletânea de textos sobre as imagens religiosas da paróquia publicados na Folha Informativa eletrónica em conjunto com algumas fotografias. 

Estas são algumas das imagens da nossa igreja paroquial. Aqui, se descreve a origem e o significado de cada uma.
Para algumas, também se conta a sua história particular.
Infelizmente ainda não foi possível conhecer a história de todas as imagens e as suas particularidades.
Desta forma, os paroquianos de Carcavelos são convidados a enriquecer esta página e, também, as páginas da história da nossa paróquia.

Nossa Senhora do Carmo

Nossa Senhora do Carmo (ou Nª Srª do Monte Carmelo) é um título consagrado à Virgem Maria. Este título apareceu com o propósito de relembrar o convento construído em honra da Santíssima Virgem Maria nos primeiros séculos do Cristianismo, no Monte Carmelo, em Israel.

A principal característica desta invocação mariana é apresentar o Escapulário do Carmo, símbolo que representa o ato de se estar ao serviço do Reino de Deus e que traz muitas indulgências, graças e outros benefícios espirituais a quem assume este sinal e esta proposta como seus.

A sua festa litúrgica é comemorada no dia 16 de Julho.

Nossa Senhora de Fátima
(em madeira)

A primeira imagem de Nossa Senhora de Fátima foi realizada pelo artista José Ferreira Thedim de S. Mamede do Coronado, na Trofa. Esculpida em madeira de cedro do Brasil e pintada. Mede 1,03m, e foi concebida segundo as orientações transmitidas pela irmã Lúcia (vidente de Fátima). A imagem seguiu para o Santuário de Fátima a 13 de Maio de 1920 e colocada na Capelinha das Aparições a 13 de Junho do mesmo ano.

A imagem que temos na nossa igreja pertenceu à capela do paquete Príncipe Perfeito (1961-1976). Foi oferecida à Paróquia de Carcavelos pelo último Comandante do Paquete, Paulino Tallone de Jesus, quando o Paquete foi retirado de serviço. É uma imagem também em madeira mas que não foi pintada cuja expressividade resulta totalmente dos traços esculpidos.

 

São José

José de Nazaré era um homem muito simples, humilde e trabalhador, e por isso o seu manto tem a mesma cor da terra e da madeira. Tudo para lembrar a sua simplicidade e o seu ofício, o de carpinteiro. Profissão com a qual foi capaz de amparar e sustentar a sagrada família. Por isso, São José é considerado protetor dos trabalhadores.
O Lírio, seguro pela sua mão, representa a pureza do seu coração e a vitória dos santos sobre os pecados do mundo. No seu colo, está o Menino Jesus, símbolo maior da paternidade que este homem assumiu na sua vida terrena. Mesmo sabendo que não era o pai da criança, o facto de a estar a segurar, mostra o cuidado e a proteção que José deu a Jesus – e que nos pode dar através da sua intercessão.
Outro facto muito interessante nestas imagens é que ambos, Pai e Filho estão a olhar para baixo, mostrando que estão continuamente a olhar por toda a humanidade.
A sua festa litúrgica é comemorada no dia 19 de Março por todas as religiões cristãs.

 

São Sebastião

Sebastião era filho de um nobre romano cristão que se alistou no exército romano no ano de 283 mantendo em segredo o facto de ser cristão.

A figura imponente, a prudência e a bravura do jovem militar, agradaram ao Imperador que o nomeou comandante de Guarda Pretoriana.

Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia). Foi dado como morto e atirado no rio, porém, Sebastião não havia falecido. Uma mulher cristã chamada Irene (Santa Irene) resgatou o seu corpo e cuidou dos seus muitos ferimentos.

Sebastião apresentou-se novamente diante de Diocleciano condenando a sua crueldade. O imperador esperou a sua recuperação e ordenou então que ele fosse espancado até a morte. O seu corpo foi atirado no esgoto público de Roma. Luciana (Santa Luciana) resgatou o seu corpo, limpou-o e sepultou-o nas catacumbas.

O bárbaro método de execução de São Sebastião fez dele um tema recorrente na arte medieval, surgindo geralmente representado como um jovem amarrado a uma estaca e perfurado por várias flechas.

A sua festa litúrgica é comemorada no dia 20 de janeiro.

 

Sagrado Coração de Jesus

A imagem do Sagrado Coração de Jesus não é uma criação artística humana. Trata-se de uma revelação divina feita pelo próprio Jesus Cristo aSanta Margarida Maria Alacoque. Santa Margarida estava em adoração diante do Santíssimo Sacramento quando Jesus lhe apareceu. Aparecendo na forma como o vemos nas representações do Sagrado Coração, pediu para que ela começasse a divulgar esta devoção. A simbologia do Sagrado Coração de Jesus tem significados profundos.
O símbolo central nesta representação divina é o próprio Sagrado Coração de Jesus, fora do peito (mostrando o Seu grande Amor), ardendo em chamas (um Amor vivo), mas cercado de espinhos (sofrendo com a nossa indiferença). A imagem mostra Jesus apontando para o Seu coração com a mão esquerda e com a mão direita a convidar para nos aproximarmos. Estão também presentes as chagas de Jesus relembrando o sofrimento assumido. O manto de Jesus é vermelho, simbolizando o sangue mas também o fogo do Espírito Santo. A túnica é branca simbolizando a pureza, divindade, bondade e santidade de Jesus.

Nossa Senhora de Fátima
(terracota branca)

Arrecadações são lugares onde tudo se guarda… e de vez em quando temos a surpresa de encontrar autênticos tesouros! Foi o que aconteceu recentemente, numa arrecadação do sótão da nossa Igreja. Tapada por muitos caixotes, encontrámos uma imagem de Nossa Senhora de Fátima. Muito danificada, mantinha a sua dignidade e percebia-se a sua beleza. Ao ser confirmado que a imagem é feita em terracota, tornou-se evidente que deveria ser restaurada, de forma a poder ser venerada, como terá acontecido num passado distante.

 

Santo António de Lisboa

Santo António é um santo de projeção universal, sendo, muito provavelmente, o mais popular de todos os santos. Igrejas e capelas dedicadas a Santo António, imagens em grande parte das igrejas e nas casas particulares, azulejos e pinturas, cânticos, festas e peregrinações dão ideia da grande devoção popular a Santo António, que hoje atravessa todas as idades e todas as classes sociais, em todo o mundo.
Nasceu Fernando de Bulhões em Lisboa, entre 1191 e 1195. Viveu a dois passos da Catedral de Lisboa. Aos 15 anos pediu para entrar no Mosteiro de São Vicente de Fora, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, onde fez o noviciado. Terminou a sua formação em Santa Cruz de Coimbra, onde foi Ordenado Sacerdote.
Aí conheceu os Frades Menores de São Francisco e os cinco frades que mais tarde foram martirizados em Marrocos. Assim nasceu o seu desejo de morrer mártir. Entrou na ordem Franciscana, mudou o nome para António, partir para Marrocos, mas a doença obrigou-o a voltar a Portugal. Uma tempestade leva-o para a Sicília. Conheceu São Francisco num Capítulo Geral em Assis e foi depois colocado num ermitério no norte de Itália.
Presidia à Santa Missa por ser o único sacerdote. Para preservar a humildade, António nunca revelou os seus conhecimentos até ao dia em que foi convidado para fazer uma pregação. Desde aí a sua fama de pregador espalhou-se pelo norte de Itália e sul de França. Combateu os movimentos heréticos da sua época. Converteu muitas almas pelo fascínio da sua santidade e conduta moral. Com a sua saúde abalada recolheu-se perto de Pádua onde morreu a 13 de junho de 1231. Aclamado como Santo pelo povo, foi canonizado pela Igreja a 30 de maio de 1232.
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Os símbolos que aparecem nas imagens de Santo António explicam a sua pertença à Ordem Franciscana, sua santidade e ao facto de ele ter sido um pregador extraordinário.
Na imagem de Santo António, o hábito representa sua pertença à Ordem Franciscana. O hábito é um símbolo de consagração a Deus, de humildade e de pertença a uma ordem religiosa.
O livro é o símbolo mais antigo nas imagens e representa o Evangelho, a sabedoria de Santo António e o facto de ele ter sido um pregador extraordinário que reunia multidões para ouvi-lo.
O menino Jesus representa a intimidade de Santo António com Cristo. Ele é mostrado de três modos diferentes: Sobre a Bíblia significa que anunciava Jesus Cristo; Ao colo representa a extraordinária intimidade do santo com Jesus; Sendo mostrado ao santo pela Virgem Maria revelando a devoção por Maria.
O lírio na imagem de Santo António representa sua castidade e pureza de coração. O cabelo raspado representa a renúncia das vaidades.
O terço e o cordão faz parte do hábito franciscano.
O cordão representa seus votos perpétuos de obediência, pobreza e castidade, que todo religioso franciscano faz.